Finalidade da grelha
O gráfico e o tipógrafo usam grelhas para desenhar anúncios de jornais, páginas de folhetos, catálogos, livros, publicações periódicas, etc.
Ao ordenar as superfícies e espaços através dos quadros de uma grelha, o designer vai dispor os seus textos, fotografias e diagramas segundo critérios considerados «objectivos e funcionais».
Os elementos textuais e/ou pictóricos são apresentados em formatos com tamanhos pré-definidos pela grelha. O tamanho dos diversos elementos é determinado segundo a sua importância dentro do tema.
A incorporação de todos os elementos gráficos nas malhas de um sistema de grelhas cria um sentido de planificação, inteligibilidade e clareza, gerando uma ideia de ordem racional no desenho.
Esta ordem aumentará a credibilidade da informação e despertará confiança — pelo menos, segundo os adeptos da utilização de grelhas.
A informação hierarquisada com títulos, subtítulos, textos, ilustrações, imagens e legendas, todos eles dispostos na grelha de uma forma lógica, será não somente lida mais rápida e facilmente, mas também melhor entendida e retida na memória.
Para criar a identidade visual das empresas também se pode usar a grelha com sucesso. Esta abordagem engloba todos os meios visuais de informação, desde o cartão de visita até ao stand de exposições: todos os impressos para uso interno e externo, material de publicidade, veículos de carga e passageiros, placas com o nome e letreiros de edifícios, etc.
Exemplo de uma grelha de um livro:
http://prof.paulomartins.googlepages.com/revista.pdf
Devemos ter em mente 3 pontos ao desenhar uma publicação
1 - ser fácil de ler - usar tipografia clara e muito legível;
2 - ser fácil de encontrar - usar estruturas de navegação que ajudem o leitor a encontrar o que necessita no menor tempo possível;
3 - ser visualmente apelativa - proporcionar um ambiente em que os bons conteúdos tenham uma boa apresentação, aumentando assim o número de leitores;
Primeiro o Texto:
. 80% do que aparece numa página é apenas texto. Não são fotos nem ilustrações. Combinar bons tipos de letra, com uma hierarquia interessante, com vários tons de bold, itálicos, light, e condensado, assim como cor, é meio caminho andado.
Num jornal:
Desenhar de acordo com o local e o público alvo
As publicações, e em especial os jornais, têm de estar em consonância com a sua "cidade", leitores a com a comunidade que servem. Cada jornal tem a sua própria identidade e personalidade. O aspecto é secundário à individualidade.
Primeira página
. apelativa e "noticiosa";
. pelos menos 3 boas histórias;
. pelo menos uma foto que resuma a sua história;
. uma lista do que devo saber que posso encontrar dentro do jornal;
. uma pequena lista do que devo saber se tiver mais cinco minutos;
. algo que me faça sentir bem comigo próprio...
Hierarquia de histórias
Os títulos são como faróis que conduzem a um destino. Como o destino é uma massa de texto, pequenos faróis, como sub-títulos, entradas e sumários ajudam-nos a entrar na história. Para esta hierarquia funcionar correctamente, cada elemento terá de acrescentar informação, e não repitam apenas a ideia do título.
Por exemplo, numa estrutura de 3 níveis, o título chama a atenção, o sub-título amplifica o que trata a história, sub-títulos adicionais ou sumários convidam-nos a entrar no texto.
Títulos
. quanto maiores, melhor!
. o tamanho dos títulos reflecte a sua importância;
. assim, o título mais importante, determina proporcionalmente o tamanho dos restantes títulos; uma página que tenha um título a 54pt, se existir outro título, esse poderá ser a 42pt, por exemplo.
Sub-títulos (sumários ou entradas)
Sub-títulos não devem ter menos de 12pt e deve estar em contraste com o título. Um título "fino" (light, narrow) pode usar um sub-título em negrito (bold, black), ou vice-versa.
Não utilizar sub-títulos (sumários ou entradas) muito grandes. Por exemplo, a uma coluna, um sub-título não deverá exceder o equivalente a 8-10 linhas do texto. A duas colunas um máximo de 6 linhas. Os sub-títulos não deverão ser como um bloco de texto inultrapassável, mas sim como extensões dos títulos, um outro ponto de entrada que chama a atenção do leitor.
Os vários elementos em sub-título, devem respeitar a proporcionalidade de tamanho dos tipos de letra;
Legenda
A seguir aos títulos e às fotografias, são as legendas que captam mais atenção num jornal. . legendas devem ser pelo menos um ponto maior que o texto da história;
. ter uma maior entrelinha que a do texto, permite uma maior legebilidade;
. começar uma legenda com uma ou duas palavras a negrito, como um mini-título;
. não descrever na legenda o que é óbvio na fotografia, ou nos títulos. Adicionar informação que aumente o interesse pela história;
. fotos sozinhas, sem histórias a acompanhar, mas com uma legenda informativa, são particularmente eficazes (ver OJE.pt, i);
Textos longos
Textos longos não são aborrecidos! Mas para não o serem poderemos apresentar histórias da seguinte maneira:
. ter um bom título que reflita a história na sua essência. textos grandes necessitam de títulos maiores, é um sinal ao leitor da importância do texto;
. incluir uma hierarquia com sub-títulos, ou pequenos títulos adicionais;
. introduzir sub-títulos em pontos estratégicos do texto, para facilitar a navegação e ajudar o leitor a entrar no texto onde lhe parece ser mais importante. Normalmente estes sub-títulos apresentam-se a negrito, entre 1-2pt maiores que o texto
Corpo de Texto
. escolher uma fonte que seja de fácil leitura
. usar 9pt ou maior. O uso do tamanho 10, favorece a leitura a pessoas mais idosas
. ter muita atenção à entrelinha (leading);
Palavras
Tudo começa com palavras. Não interessa o que estiver na página. O leitor começa sempre por ver as palavras.
Certas palavras-chave fornecem pistas visuais, assim como adjectivos, frases descritivas ou pontos de vista, e podem ser refletidas no desenho da página. Por exemplo, uma história sobre o significado de uma greve, pode dar pistas visuais ao designer, para tornar o texto mais compreensível.
Destaques
. criar contraste com o texto em volta;
Entre-títulos (subhead)
. em textos longos, para facilitar a leitura, utilizam-se entre-títulos. São uma pausa visual, e dividem o texto em assuntos, facilitando os pontos de entrada
. um ponto acima do texto; adicionar espaço em cima para o destacar e não o deixar esmagado no texto; com e sem serifas resultam bem;
Exemplo de um Jornal:
Fontes utilizadas em paginação
Uma boa variedade de opções de títulos e fontes de texto são necessários para a concepção do livro e revista. No livro clássico e revistas, fontes serif tem geralmente sido escolhidas para o texto, uma vez que estes têm sido historicamente visto como o mais legível em textos mais longos. Por outro lado, a literatura moderna é geralmente definida com fontes sans-serif. Além disso, notícias e design experimental permitem que os estilos sejam mais criativos visto que estes são frequentemente utilizados em tamanhos maiores. Revistas e jornais muitas vezes combinam com serifa e fontes sem serifa em uma página, ou seja, fontes com serifa para o corpo do texto, sem serifa para títulos ou legendas.
Bibliografia
http://tipografos.net/glossario/grelha.html
http://www.ruiquinta.com/category/design/page/2/
http://www.mun-setubal.pt/NR/rdonlyres/9F0BEB0C-6553-4CC2-BE14-2714C4D8BE40/0/JM_JunJul08.pdf
http://www.miguelvale.com/oldies.html
http://dspace.esta.ipt.pt/dspace_esta/bitstream/1234/1428/1/Design_Paginacao.pdf
http://pt.wikipedia.org/wiki/Diagrama%C3%A7%C3%A3o
http://henriquesdesigner.blogspot.com/2009/02/grelhas.html